O VINHO DO PORTO, NO ESTILO LITERÁRIO DE JORGE AMADO*
O Encantamento - Ou Quando o Vinho do Porto encontra a Cidade que o Batizou
Numa tarde ensolarada com o Douro ao fundo, onde o dourado do rio se mistura com o brilho do sol, um aroma místico paira no ar. É o Vinho do Porto, líquido sagrado que entorpece almas e enche corações de furor. Porto é a cidade que o batiza. Do outro lado do rio, Gaia é a cidade que o protege e envelhece. Aqui, onde a história se confunde com a lenda, os barris de carvalho escondem segredos que somente os deuses conhecem.
Era, pois, nas margens do Douro, entre os becos estreitos e as casas de azulejos, que uma personagem singular vivia: Dona Rosa, a doce feiticeira do Vinho do Porto. Seu olhar profundo e sua pele morena carregavam histórias de séculos passados. Ela guardava, na sua taverna, a fórmula mágica para criar encontros perfeitos, despertados pela essência de cada gole do néctar divino. Uma arte e engenho que com ela nasceu e nela medrou.
Quando a noite caía sobre a cidade, Dona Rosa abria as portas do Santuário dos Sabores. Ali, à luz de velas tremeluzentes, os fregueses fugiam das duras realidades cotidianas e partiam ao encontro de felicidades adormecidas. Dos pratinhos de petiscos que dançavam sobre as mesas, exalavam sabores ancestrais, harmonizados com os mais acertados vinhos, que cantavam no palato como uma sinfonia de prazer.
Era impossível resistir ao encanto daquela esplanada mágica, onde as estrelas pareciam se aproximar da terra. Cada garfada era um portal para um mundo desconhecido, onde os sentidos se entrelaçavam numa dança de êxtase. E os cálices de vinho, como poções misteriosas, beijavam as bocas e aqueciam a alma, revelando histórias vivas nas gargantas dos convivas.
Com um suave toque, os lábios acariciavam a doçura e o calor de um Tawny, que desvelava memórias ancestrais e despertava uma nostalgia cálida. Já o Ruby, vibrante e enérgico, afagava a língua com notas intensas de frutos vermelhos, desencadeando um fogo interno e uma alegria incontida. E o Vintage, majestoso e imponente, envolvia o paladar em um abraço robusto, revelando a essência do tempo e da paciência envelhecida em barris de carvalho e prolongada em garrafa. Por fim, o Porto Branco, leve e etéreo como as nuvens que flutuavam no céu, deslizava suavemente pela garganta, trazendo consigo frescor e uma sensação de leveza celestial. Assim, a cada gole, a cidade e seus habitantes mergulhavam na alma complexa e mágica do Vinho do Porto, embriagando-se de histórias e emoções que só a verdadeira magia de um bom vinho pode proporcionar.
No Santuário dos Sabores, o tempo se desfazia, e a realidade se mesclava com a fantasia. Os sabores ganhavam vida, personificando os segredos escondidos da cidade. Cada garfada era um verso declamado, cada trago, uma ode aos deuses do paladar. Dona Rosa, com seu sorriso enigmático, sabia que ali, naquele pedacinho de céu na Terra, quem lá vinha encontrava um pouquinho de felicidade em cada sabor. E para isso, ela vivia.
Que todos os viajantes de alma inquieta possam encontrar seu refúgio num Santuário dos Sabores, rendendo-se à magia do Vinho do Porto e aos encantos gastronômicos das Donas Rosas que resistem por aí. Que cada incursão seja uma experiência metafísica, e que as histórias vividas fiquem para sempre nas vossas memórias. E que, ao brindar com um cálice de Vinho do Porto, sintamos a presença deste que aqui se recria, sussurrando em vossos ouvidos, que a vida é para ser vivida com paixão e deleite, saboreando cada instante como se fosse um gole de eternidade.
*Este artigo foi escrito com recurso a IA, numa combinação entre esta ferramenta e a mão humana, com o intuito de recriar o estilo literário de Jorge Amado, o escritor brasileiro que nos deu os mais valiosos retratos do seu país. Por essa mesma razão, deixámos aqui o português “com açúcar” que aí se fala.