O INVERNO, NO ESTILO LITERÁRIO DE FLORBELA ESPANCA*
Soneto do Inverno e dos Começos
No inverno da alma, onde o frio persiste,
Nasce um começo, pequeno e radiante,
Em versos que o coração dita e insiste,
Um canto de esperança, tão vibrante.
A solidão, qual neblina densa,
Abraça-me, num enlaço de saudade,
Nos meus olhos, a melancolia é intensa,
Sob um raio de luz na obscuridade.
Sofrimento é o mestre que me guia,
Neste palco de emoções criadas.
Minh’alma desnuda, minha taquicardia,
Refúgio num corpo de mágoas trocadas.
Ah, e o desejo de ser feliz que me acalenta,
Com a promessa de uma primavera lenta.
* Este soneto, resultado da combinação entre AI e criatividade humana, pretende recriar o universo literário de uma das grandes vozes femininas da poesia portuguesa, Florbela Espanca. Num mergulho na essência poética da autora, o inverno transcende a estação para se tornar uma metáfora do gelo na alma, onde o frio persistente é o cenário para um delicado recomeço. As estações mudam e trazem com elas esperanças de novas primaveras.